Voltado à primeira infância, o programa atende 650 famílias em vulnerabilidade no município

Durante todo o mês de setembro, o Programa Criança Feliz oportunizou mais contato com os elementos da natureza às 650 famílias atendidas no município. Executado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), em parceria com o Cesac, o programa é voltado ao apoio e acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira infância.

As crianças e famílias foram estimuladas, nas atividades propostas em casa, a utilizar diversos elementos encontrados com facilidade em seu ambiente e entorno. Desde a coleta de pedrinhas, folhas ou galhos no quintal de casa, na rua ou praça mais próxima, cereais, sementes e cascas de alimentos. As atividades propostas pelos visitadores também incentivaram a explorar ambientes para além do domicílio, sentando ou andando na grama, areia, em meio às folhas secas, água, etc.

As supervisoras do programa, Camila Rangel e Natália Furlan, explicam que a proposta se deu pela importância que essas vivências têm no desenvolvimento saudável. “Quanto antes a criança vive a natureza, mais ela se conecta e desenvolve consciência de seu valor. A maior parte da infância não deve acontecer somente em ambientes fechados. As crianças precisam explorar, movimentar-se em ambientes abertos e naturais, ao lado de seus pares”, explicou Natália. Além disso, as supervisoras ressaltam que os benefícios são inúmeros e cientificamente comprovados. São estimulados os sentidos como tato, olfato, visão, audição, o desenvolvimento de atenção e concentração, além da diminuição do stress e descarga motora.

Natália reforça que o contato com a natureza é fundamental nos dias de hoje. “Vivemos em uma sociedade ultraconectada virtualmente, que cada vez menos tem espaço para vivências reais, nas quais o indivíduo usa de seu corpo para se relacionar com o outro e com o ambiente; mas nossas habilidades são construídas por meio dessas interações reais.” Segundo ela, a tecnologia favorece a comunicação, mas não uma troca de olhares, a percepção das expressões faciais, do humor e temperamento do outro e, no início da vida, a criança absorve e aprende tudo isso por meio das relações.

Camila ressalta que essas atividades e brincadeiras podem e devem ser realizadas por qualquer família. “Brincar não depende de brinquedos específicos, prontos. No programa, trabalhamos com atividades que levam em conta principalmente os chamados brinquedos não estruturados, ou seja, aqueles improvisados em casa. Experimente apresentar à criança uma colher de pau e uma panela, algumas vasilhas plásticas com suas respectivas tampas para encaixe, uma vasilha com água, tampinhas de garrafa e uma peneira, por exemplo.” Camila explica que as ações do programa estimulam a criatividade, a vivência familiar em conjunto e o fortalecimento dos vínculos.

A titular da Smads, Euclidia Fioravante, reforça sobre a importância da primeira infância. “O investimento de políticas públicas para esta fase cria os alicerces de uma sociedade mais próspera e sustentável”, ressalta.

O Criança Feliz atende, por meio de visitas domiciliares e contato direto com as famílias, crianças de até 3 anos, crianças de até 6 anos beneficiárias do BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou em serviço de acolhimento, e gestantes. Os encaminhamentos são realizados pelos serviços socioassistenciais e com base nos dados do Cadastro Único.

Hillary com a tia Thayany Gasparet recolhem juntas materiais para atividade.

Claudia Amorim ajuda a cuidar da neta Eliza e também participa das atividades.